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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Em biblioteca de BH, voluntários leem para deficientes visuais. E todo mundo aprende junto

Quando um livro não está disponível em Braille, voluntários podem lê-lo para quem desejar

Esqueça a ideia de que é preciso ficar em silêncio dentro de uma biblioteca. Conversas e leituras em voz alta são liberadas – e muito bem-vindas - no segundo andar da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte. Lá, no setor de Braille, voluntários chamados de “ledores” encontram deficientes visuais que queiram ler livros ainda não disponíveis de modo adaptado (em áudio ou no alfabeto próprio, em alto relevo).


A maior demanda é pelo conteúdo de provas de concursos públicos. Diferentes grupos de estudos, como o de matemática, português e direito do trabalho, já foram criados de acordo com o desejo dos visitantes. Mas não é preciso ser especialista em um tema para se tornar ledor. “Já tivemos voluntários adolescentes e também da terceira idade”, explica Glicélio Ramos Silva, coordenador do setor. “O importante é ter compromisso”, completa. As reuniões, em dupla ou grupo, são feitas sempre com hora marcada.

Além de ser um lugar para compartilhar o conhecimento, esse setor da biblioteca também é um ponto de encontro. “O espaço acaba tendo também uma função social, um polo irradiador de aprendizados e amizades”, diz Adriana Castilho, voluntária há nove meses e ex-funcionária da instituição.

Andréa (no centro) se prepara para uma prova com o auxílio das ledoras Rose e Adriana


A deficiente visual Andréa Aparecida Diniz, que trabalha no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, já passou em dois concursos públicos – um dos quais em primeiro lugar – e, atualmente, estuda quatro dias por semana na Luiz de Bessa, enquanto se prepara para a prova do Tribunal Regional do Trabalho, prevista para 2015. “Faço um cursinho particular e, em casa, estudo sozinha com o material adaptado. Mas não abro mão do tempo com os ledores”, conta ela, que já chegou a presentear seus ajudantes com caixas de bombons, para agradecer pelo bom desempenho em um teste. “O melhor agradecimento mesmo é a gente se sentir tão útil. E até aprender coisas novas”, comenta Rose Rati, psicóloga que se tornou ledora do projeto há um ano e meio.

Glicélio Ramos Silva, coordenador do setor de Braille


Fonte: Catraca Livre.

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