A Amazon está
habituada a lançar serviços destinados a destruir seu próprio negócio, e o
Kindle é exemplo disso. Quando apresentou seu leitor de livros digitais, em
2007, a empresa de Jeff Bezos já faturava bilhões vendendo cópias em brochura e
capa dura e sabia que os e-books iriam canibalizar parte considerável da
receita. Porém, a companhia julgava que era melhor aniquilar seu modelo do que
permitir que outra o fizesse. Sete anos após se estabelecer como força
hegemônica dos e-books, a Amazon volta a recorrer à destruição criativa nesse
mercado, lançando um produto que pode tornar obsoleta a venda avulsa de livros
digitais — mas não sem antes aprofundar a já tensa relação com editoras,
inclusive no Brasil.
O Kindle Unlimited
estreou no fim de semana passado e é uma espécie de Netflix dos livros. O
usuário paga US$ 9,99 por mês e pode acessar quantos livros quiser. O preço
chamou atenção, já que é comum um único exemplar de e-book custar mais que isso
no site. Por enquanto, o serviço só está disponível nos Estados Unidos, mas
qualquer cliente que se registre no site como americano pode assiná-lo.