O
deputado Vicentinho
(PT-SP), líder da bancada do PT na Câmara,
comunica que retirou de tramitação o projeto de lei (PL 7299/14), de sua
autoria, que trata da proibição da aquisição de publicações gráficas de
procedência estrangeira pelos órgãos públicos governamentais. Com a iniciativa,
o projeto foi arquivado.
Na sua
justificativa para a retirada do projeto o deputado argumenta que, da forma
como foi apresentado, ele deixou margem para interpretações que não condiziam
com o verdadeiro propósito do projeto, ou seja : a defesa dos empregos e da
indústria nacional do setor gráfico brasileiro.
A
assessoria do deputado Vicentinho divulgou nota com mais esclarecimentos sobre
a proposta em questão:
NOTA
DE ESCLARECIMENTO :
O
deputado federal Vicentinho retirou de tramitação o projeto de lei (PL
7299/14). Ele reconhece que, da forma como foi apresentado, deixou margem para
interpretações que não condiziam com o verdadeiro propósito do projeto, ou seja:
a defesa dos empregos e da indústria nacional do setor gráfico brasileiro.
Pedimos
atenção para as seguintes considerações:
De
acordo com a Abigraf, “o pleito do setor é que os livros didáticos, adquiridos
direta ou indiretamente pelo Poder Público por meio do
PNLD –
Programa Nacional do Livro Didático, e programas similares, de empresas
editoras ou indústrias gráficas sediadas no Brasil, deverão ser produzidos e
impressos por empresas instaladas no país, vedada a terceirização de qualquer
das etapas a empresas sediadas no exterior”.
Os
sindicatos dos trabalhadores gráficos indicam alto índice de desemprego. E isso
está na contramão dos propósitos de geração de emprego e renda no país.
Neste
sentido, é importante ressaltar que esta restrição não se aplicará à importação
de livros e demais publicações de natureza tecnológica, científica e cultural,
e outros de qualquer natureza, fora do âmbito do programa acima
mencionado.
Entenda
mais:
“A
necessidade de crescimento da economia nacional obriga-nos a voltar às atenções
aos produtos produzidos internamente. É impressionante o número de
publicações gráficas com conteúdos desenvolvidos em nosso país e que são
impressas no exterior e adquiridas, direta ou indiretamente através de
encomenda, pelos órgãos públicos brasileiros, principalmente aqueles que
possuem atuação relacionada com a educação, não devendo o poder público
favorecer o mercado externo em detrimento da produção nacional.
De
acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), no segmento gráfico editorial, “as importações brasileiras de
livros (NCM’s 4901.1000 – livros, brochuras, impressos semelhantes, em folhas
soltas e 4901.9900 - outros livros, brochuras e impressos semelhantes)
que foi da ordem de 12,7 mil toneladas em 2006, passaram para 24,2 mil
toneladas em 2013, representando aumento de 90,6% neste período.
É
importante considerar que a maioria da importação destes livros tem como origem
a Ásia (71%), sendo que somente a China e Hong Kong respondem juntas por 60% de
todas as importações do segmento gráfico editorial. Em contrapartida, a
indústria gráfica nacional investiu cerca de US$ 1,2 bilhão em máquinas e
equipamentos somente no ano de 2013.
Vale
ressaltar que, a indústria gráfica nacional sempre supriu a demanda interna
relacionada à produção gráfica editorial, onde, tem a capacidade plena de
atender, não somente a demanda governamental, mas a de todo o mercado editorial
brasileiro.
A
opção das editoras pela produção de materiais gráficos em outros países
justifica-se pelo preço inferior praticado, tendo em vista principalmente a
questão da assimetria tributária, raiz de todos esses males.
No
caso dos livros importados, a alíquota de PIS / COFINS é zero, enquanto as
gráficas nacionais recolhem a alíquota de 9,25% na impressão de livros,
caracterizando um benefício fiscal ao importador e uma concorrência desigual,
desleal e injusta às indústrias brasileiras.
Assim,
a indústria gráfica brasileira, além de suportar uma carga tributária sem
paralelo nos países emergentes, só comparável a alguns países europeus, ainda
tem que conviver com o subsídio já aqui mencionado.
Também
há de serem consideradas as condições de trabalho a qual são submetidos os
trabalhadores em alguns países fornecedores de material gráfico ao nosso país,
em especial na Ásia.
Diante
deste panorama, a indústria gráfica nacional, voltada à produção gráfica
editorial foi fortemente impactada, tendo havido uma redução de 3.312 empregos
diretos somente em 2013, e se nenhuma medida governamental for tomada para
reduzir os volumes de importações, as demissões no segmento gráfico editorial
podem chegar a níveis ainda mais alarmantes.
Não
parece ser uma correta política pública utilizar os recursos dos tributos, que
recolhemos para fomentar a educação e a disseminação do conhecimento em nosso
país, para gerar emprego e renda no exterior.
Seguindo
este mesmo raciocínio, não é coerente que livros e produtos gráficos sejam
impressos no exterior quando forem concedidos os incentivos fiscais da Lei
Rouanet, os quais são provenientes do Imposto de Renda que a sociedade
brasileira paga à administração pública.
Por
fim, como também objetiva minimizar a constante evasão de divisas de nosso
país, entendemos que este projeto buscou contribuir para que haja mais
comprometimento do Poder Público para com a economia nacional.
São
esses os esclarecimento que ora fazemos, na intenção de que as interpretações
equivocada sejam sanadas”.
Assessoria
de Imprensa – Deputado Vicentinho PT/SP
Fonte: PT na Câmara.
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