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sábado, 3 de maio de 2014

Do papel ao digital

O mercado do consumo vem crescendo cada dia mais em todo o mundo, tendo sempre como fiel aliada as constantes inovações tecnológicas. Celulares, câmeras, iPods, tablets e diversos aparelhos fazem parte do cotidiano de todas as pessoas, proporcionando facilidade de acesso à informação e interligando todos os amantes da tecnologia.
O que ninguém imaginou e nem mesmo Gutenberg previu, era que esse universo tecnológico iria contagiar leitores assíduos e o universo mágico dos livros.
Até pouco tempo atrás, se ficávamos sabendo do lançamento de algum livro desejado, se nossa série favorita ganhasse uma nova continuação ou o vestibular nos exigisse alguma obra, a primeira opção seria recorrer à livraria mais próxima ou às bibliotecas. Mas agora, o surgimento dos e-books faz com que nossa necessidade de leitura seja suprida sem sair de casa.

E-book, termo de origem inglesa, é uma abreviação de electronic book. Popularmente conhecido como livro digital, apresenta a mesma obra contida na versão impressa, porém na forma de mídia eletrônica, que pode ser lida através de um computador, e-reader, smartphone ou tablet.
Para ter acesso a essas obras, existem livrarias digitais que fornecem diversos títulos disponíveis para download e cobram por isso.

A tecnologia invade o mundo dos livros através dos e-books e aparelhos de leitura digital. Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Cobrar? Sim!
Segundo o especialista em e-books e membro da Comissão do Livro Digital, Ednei Procópio, “ao comprar um e-book, geralmente as plataformas permitem que o leitor baixe o arquivo do livro para diversos dispositivos e aplicativos de leitura. O leitor tem diversas opções que vão desde bibliotecas digitais até a possibilidade de baixar títulos gratuitos de modo legal”.
Além disso, existe a possibilidade dos downloads não-oficiais, que não cobram pelo e-book, mas não são recomendados, pois acarretam diversos danos, como vírus. Sobre isso, o blogueiro Caíque Fortunato, do Entre Páginas de Livros explica que “um dos grandes problemas com os livros digitais é a pirataria, que é crime, já que se pode encontrar facilmente na internet vários exemplares ilegais para download.”. Para ele, o certo e recomendável é a pessoa comprar o e-book, “já que assim o autor estará recebendo por seu trabalho e a literatura vai sendo incentivada cada vez mais”, complementa Fortunato.

E- o que?
Outra novidade que acompanha a onda dos livros eletrônicos são os e-readers, dispositivo específico para a leitura de obras digitalizadas, que pode ser encontrado no mercado em uma grande diversidade de modelos e marcas.
O mais famoso deles foi o Kindle, lançado pela Amazon Books em 2007, empresa americana de comércio eletrônico, uma das maiores bibliotecas digitais. O aparelho conquistou o mundo pela sua portabilidade e comodidade, possibilitando o download das obras pelo próprio aparelho e comportando mais de 1500 títulos.Hoje em dia, o Kindle já está em sua quinta geração, possuindo diversas funções e utilidades para os usuários.
A Amazon chegou ao Brasil em dezembro do ano passado, porém os preços de seus e-books continuam salgados, se assemelhando quase ao preço do livro impresso. No país, as principais opções de livrarias digitais são a Fnac, Saraiva, Cultura, Moby-Dick Ebooks, Gato Sabido, Travessa e Submarino.
Sobre o novo dispositivo, a blogueira Sybylla, do Momentum Saga, afirma que “a chegada dos e-readers e da Amazon impulsionaram o mercado de e-books, e a tecnologia é sempre um atrativo para as pessoas, mesmo que elas não se interessem tanto pela leitura.”. Ela acredita que para quem é leitor viciado, isso não vai mudar muito, sendo apeas uma ferramenta a mais. Entretanto, a blogueira acredita que “ isso pode impulsionar a leitura de quem antes não curtia muito”.

Livro impresso versus e-books
As comparações começaram a se espalhar e as opiniões divergem em vários aspectos. E-books, devido à sua facilidade de acesso e seu baixo custo de produção, vêm acompanhados de um preço muito mais barato do que os modelos impressos, quase 70 % a menos.
A possibilidade de adquirir obras do mundo todo pode agradar os leitores, sem contar a facilidade do transporte e de não ocupar espaço: centenas de obras podem ser facilmente levadas de um lugar para outro com apenas um pen-drive ou tablet. Com o advento da era digital, a nova possibilidade pode agradar e incentivar o hábito da leitura para aqueles que não vivem sem estar conectados.
Já a popularidade dos livros impressos não se abala por motivos mais saudosistas. Há aqueles que afirmam que o livro é a única forma de nos desconectarmos do mundo, um bem durável que não necessita de bateria e podem ser emprestados a qualquer hora. Não possuem uma tela para incomodar a vista e nos dão o prazer da leitura, com imagens, capas, cheiro de livro novo e dedicatórias carinhosas.

E o futuro?
Várias editoras em todo o mundo já iniciaram o processo de digitalização de suas obras, alcançando assim todos os públicos. O país campeão é os Estados Unidos. No Brasil, segundo Ednei Procópio, a situação é diferente. “Até meados do segundo semestre de 2013, há um universo de aproximadamente 300 mil títulos sendo comercializados no formato impresso. Mas, no mesmo período, apenas em torno de 16 mil em formato digital. Ou seja, infelizmente, o leitor não acha qualquer livro no formato de e-book”.

eBooks já fazem sucesso no mundo todo, mas para substituir os livros impressos,ainda têm um longo caminho a percorrer. Foto: Divulgação

A realidade dos e-books é realmente promissora, eles já fazem parte do cotidiano de muitos países e possuem grandes chances de se expandir também no Brasil, mas a passos lentos, pois as editoras terão que se acostumar com a nova tecnologia.
Ednei Procópio acredita que é muito cedo para afirmar que irá acontecer uma alteração no nível de leitura da população influenciada pela tecnologia. “A única coisa que pode efetivamente contribuir para elevar os níveis de leitura da população é a Educação. Sem Educação não há leitura, não há consumo nem de livros impressos digitais nem de livros digitais”, explica Procópio
Enquanto isso, as duas versões caminham tranquilamente e dividem o espaço e o gosto dos leitores em todo o mundo. Como afirmou a blogueira Sybylla: “Pintura não foi substituída pela fotografia, televisão não foi substituída pelo cinema, apenas convivem e muito bem. O mesmo com o livro físico e o e-book”.


Fonte: E-book Press.


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