O
Ministério da Cultura (MinC) está desenvolvendo um projeto para
integrar coleções digitais de arquivos, bibliotecas e museus
brasileiros. O objetivo é facilitar e ampliar o acesso da população
a documentos em diversos formatos, como textual, iconográfico, áudio
e vídeo.
A
Secretaria de Políticas Culturais trabalha, atualmente, na definição
de padrões e protocolos para que seja possível acessar, de uma
única vez, informações sobre temas específicos em diferentes
acervos digitais públicos.
"Hoje,
caso alguém queira fazer uma pesquisa, precisa acessar cada acervo
separadamente. Com a interoperabilidade dos sistemas, será possível
criar ambientes em que uma pessoa que esteja, por exemplo,
pesquisando sobre maracatu tenha acesso, ao mesmo tempo, a filmes
sobre o tema armazenados pela Cinemateca Nacional, a livros do acervo
da Biblioteca Nacional e a músicas guardadas pela Funarte (Fundação
Nacional das Artes)", explica o coordenador-geral de Cultura
Digital do MinC, José Murilo Carvalho Junior.
"Outro
fato interessante é que esse conteúdo armazenado nos diversos
acervos também poderá ser acessado por meio de aplicativos
desenvolvidos por terceiros para diferentes tipos de mídias, como
computadores, celulares e tablets", completa.
José
Murilo destaca também que a implantação de uma plataforma digital
pública que disponibilize, de forma aberta (open data), dados
organizados relativos à cultura brasileira permitirá mais
transparência na governança e na promoção do acesso à cultura,
além do apoio ao desenvolvimento de aplicações e serviços
inovadores; e novas oportunidades de negócios e empregos. "É
um arranjo que busca pôr em prática a visão do governo como
plataforma para a ação colaborativa da sociedade", observa.
O
edital Preservação e acesso aos bens do patrimônio
afro-brasileiro, lançado em dezembro de 2013 pelo MinC, em parceria
com a Fundação Palmares e a Universidade Federal de Pernambuco, vem
sendo a ferramenta utilizada para levantar subsídios e articular
estratégias interinstitucionais para a integração dos acervos
públicos.
"Escolhemos
esse recorte temático (história e cultura afro-brasileira) para
delimitar o escopo do trabalho e ser possível integrar todos os
projetos selecionados pelo edital. Estamos formando expertise
nacional que permita a interoperabilidade entre os diferentes acervos
e fomentando aplicações que promovam o compartilhamento de
recursos, especialmente os de infraestrutura tecnológica, para
assegurar a preservação, a manutenção e o acesso livre e
permanente aos ativos digitais gerados neste concurso e, futuramente,
aos demais acervos digitais do país", explica.
Por
meio desse trabalho, o Ministério da Cultura está gerando subsídios
para a criação de uma futura política nacional para coleções
digitais que envolva a digitalização e a disponibilização de
acervos arquivísticos, bibliográficos, documentais e museológicos
referentes ao patrimônio cultural, histórico, educacional e
artístico brasileiros.
"A
digitalização de acervos representa um grande desafio para os
gestores públicos. São necessários recursos significativos em
infraestrutura tecnológica e também na formação e manutenção de
recursos humanos especializados nas diversas etapas que envolvem a
digitalização, a catalogação e a publicação de conteúdos
digitais. Para trabalharmos tudo isso de forma ordenada, é
importantíssimo que haja uma política de Estado específica para o
tema", considera José Murilo.
O
trabalho que vem sendo desenvolvido no País tem como referência
experiências bem-sucedidas nos Estados Unidos e na Europa.
Servidores do MinC visitaram a Biblioteca Digital Europeana, em Haia,
na Holanda, considerada referência mundial em oferta de informações
ao público por meio de plataforma digital, e o JISC, em Londres,
entidade especializada em informações e tecnologias digitais para
educação e pesquisa, entre outras instituições. Também vem sendo
levada em conta a experiência da Biblioteca Digital Pública
Americana, criada em 2013.
"Tivemos
a oportunidade de conhecer de perto o que há de mais moderno em
cultura digital. A Europeana, por exemplo, reúne acervos de
bibliotecas, arquivos e museus dos países membros da União Europeia
em 27 línguas. Essas experiências vêm sendo bastante relevantes
para o trabalho que estamos realizando aqui no Brasil", destaca
José Murilo.
Fonte: Portal Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário