Texto do vídeo:
Se dependesse
exclusivamente da tecnologia, este galpão repleto de documentos em papel
certamente daria lugar a algo um pouco mais produtivo. Mas a realidade está
longe de ser esta. Apesar de as soluções para a digitalização de documentos
terem avançado bastante nos últimos anos, a burocracia e a falta de leis
específicas no país ainda fazem com que montanhas de papéis como estas sejam
arquivadas por muito tempo.
Esta empresa digitaliza, em média, 12 milhões de
páginas por mês. Cada documento que chega aqui é identificado com um código de
barras e digitalizado em scanners de escala industrial.
Apesar de todo o avanço, o último passo desse processo
é para trás; pelo menos na nossa opinião. Depois de digitalizados, esses
documentos são arquivados em caixas e colocados neste imenso galpão. Para
evitar qualquer possibilidade de incêndio ou ameaça a essa papelada toda, o
nível de segurança é altíssimo. Quando um documento original é solicitado, um
funcionário precisa usar uma lanterna de LED – para evitar qualquer tipo de
aquecimento – e procurá-lo assim, no escuro!
Mais do que isso, esta empresa possui uma moderna sala
cofre para guardar mídias e os documentos ainda mais importantes de seus
clientes.
No Brasil, o ciclo de vida do papel ainda é
extremamente longo, podendo ultrapassar os 30 anos. As leis são diferentes para
cada tipo de documento. Por exemplo, documentos fiscais precisam ser guardados
por, pelo menos, cinco anos; contratos de financiamentos, 10 anos; prontuário
de funcionários de uma empresa, 25 anos.
Na visão do especialista, o que acontece é uma
inversão de responsabilidades do governo para o contribuinte. Em vez de o órgão
responsável fiscalizar, é sempre a empresa ou a pessoa física que tem que
comprovar sua inocência e quitação de dívidas. Claro, a tecnologia poderia
ajudar e muito, mas para travar um pouco mais a situação, no Brasil não há
qualquer legislação que aceite documentos digitalizados como oficiais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a situação é outra.
Enquanto por aqui cabe ao juiz decidir se aceita ou não uma imagem digitalizada
em um processo judicial, lá o maior prazo para guardar um documento é de seis
anos... bem menos que os nossos 30. E sempre se parte do princípio de que quem
prestou suas contas está falando a verdade.
A digitalização, ainda que não possa ser usada
legalmente, traz uma série de vantagens: além de ganhar espaço físico no
escritório, o acesso virtual ao documento é infinitamente mais rápido e o
documento digitalizado ainda pode ser acessado por mais de uma pessoa ao mesmo
tempo. Mas, pelo visto, no Brasil – por mais retrogrado que pareça -, a gente
ainda vai continuar guardando papel por um bom tempo.
Fonte: Olhar Digital.
Fonte: Olhar Digital.
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