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quarta-feira, 4 de março de 2015

Unesco faz apelo contra destruição de símbolos históricos pelo Estado Islâmico


PARIS - A Unesco pediu que a comunidade internacional tome providências urgentes contra o Estado Islâmico após a destruição de peças milenares em Mossul. Irina Bokova, diretora-geral da organização, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para criar uma força-tarefa buscando preservar a herança cultural do Iraque. Ela afirmou ainda que procurou o Tribunal Penal Internacional para que o órgão judicial peça uma reação mundial a possíveis tráficos de peças raras.


- Esperamos que haja uma reação do TPI. É muito importante porque mobilizará grande parte do mundo. Lançamos uma coalizão internacional contra o tráfico ilícito de bens culturais. É uma limpeza cultural - declarou Irina, que se disse chocada com as imagens da destruição de obras de até 800 a.C. na cidade iraquiana.

Obras consideradas extremamente raras do maior museu local foram destruídas em vídeo divulgado nesta quinta-feira, assim como artefatos dos períodos assírio e helênico. Quase não havia réplicas, o que eliminou para sempre obras da Mesopotâmia com quase 3 mil anos de idade. O vídeo divulgado pelo grupo diz ainda que a destruição de obras da cultura ocidental é uma "tarefa do profeta".

Mais de 8 mil livros e manuscritos raros também foram queimados na biblioteca municipal de Mossul. De acordo com um professor, a biblioteca tinha um acervo importante sobre a independência do Iraque, desde os seus primeiros movimentos, na década de 1920, além de material dos séculos XVIII e XIX.

A destruição repete o que aconteceu no Afeganistão em 2001, quando o país estava submetido ao regime radical islâmico do Talibã, e o líder do grupo extremista, Mohammed Omar, ordenou que se dinamitasse os Budas de Bamiyan, um dos principais monumentos do país. Entre eles, estava a maior estátua de Buda de pé do mundo, com 53 metros de altura, esculpida num rochedo na cidade de Bamiyan. Ela era anterior à chegada do islamismo ao Afeganistão, no século IX.

Na época, Omar disse que as estátuas eram "um insulto ao Islã", representavam "deuses dos infiéis" e deveriam ser destruídas para nunca mais serem reverenciadas. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) chegou a pedir ao Talibã que não destruísse as obras, consideradas patrimônios da Humanidade, mas não teve êxito.

Mossul concentra 1.791 sítios arqueológicos, entre eles quatro capitais do antigo Império Assírio. O EI já havia destruído outros santuários - incluindo alguns muçulmanos -, vistos como hereges ou idólatras. A cidade sempre teve uma vida intelectual vibrante, com a presença de uma universidade importante.


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