Especialistas brasileiros e internacionais estiveram na cidade para
discutir a preservação digital e difundir o uso de tecnologias para
arquivamento de documentos eletrônicos na internet a longo prazo. O I Seminário
Internacional de Preservação Digital (Sinpred), promovido de 7 a 9 de maio pela
Rede Brasileira de Serviços de Preservação Digital, a Rede Cariniana, ligada ao
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), reuniu mais
de 150 participantes, em Brasília.
Para o representante da Rede Lockss (sigla em inglês para “muitas cópias
mantêm as coisas seguras”), situada nos Estados Unidos, ThibGuicherd-Callin, o
IBICT assumiu uma posição de liderança no Brasil na promoção e incentivo de
iniciativas de preservação digital no país. “Este é um esforço único no mundo,
um instituto governamental ter interesse nos esforços de preservação digital.
Vejo o IBICT em uma posição de liderança no mundo nessa área em um futuro
próximo”. O especialista citou também a importância de iniciativas como o
Sinpred.
“Quando as pessoas se reúnem com o mesmo objetivo têm a oportunidade
de trabalhar um monte de ideias de forma conjunta. Encontros assim são de suma
importância para que possamos formar parcerias e discutir novas iniciativas
entre nós”, ressaltou Guicherd-Callin.
O diretor geral da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Daniel Villanueva, comentou a importância de eventos que possibilitem a
informação acerca da preservação de documentos, como o Sinpred. “Soluções
bibliotecárias de resgate, digitalização e classificação, além da inserção de
documentos em formato eletrônico, são as ações mais importantes que um país
deve fazer por si mesmo, pois estamos falando de sua produção científica e
nacional”.
Já para Mark Jordan, da Simon Fraser University Library, especialista
canadense em Public Knowledge Project, é muito importante a introdução das pessoas em uma
ferramenta mundial denominada archivematica. “O IBICT está
liderando a preservação digital de conteúdos digitais brasileiros. Ou seja, com
relação ao conteúdo de revistas, teses e jornais digitais é o IBICT que ajuda
as pessoas a aprender como fazer isso”, frisou Jordan.
O professor da Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado do Departamento de
Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Guilherme
Dias, participou de toda a programação do evento e acredita que no Brasil ainda
não havia sido feito nada nesse sentido. “Esse evento ímpar realizado pelo
IBICT reforça o seu papel institucional, que é promover a informação. Eu acho
que sem o IBICT essa iniciativa de preservação digital não teria sido
alavancada no Brasil”.
Intercâmbio
Na abertura do seminário, a diretora do IBICT, Cecília Leite Oliveira,
disse acreditar que esse intercâmbio entre diferentes países é muito
importante, pois permite o fortalecimento do tema não somente no Brasil, mas em
todo o mundo. “Esperamos que essa iniciativa se fortaleça e que os próximos
eventos possam contribuir ainda mais para salvaguardar o patrimônio científico,
tecnológico e cultural existente na internet”, disse ela. Também presente à
abertura, o diretor da Biblioteca da Universidade de Brasília, Emir Suaiden,
ressaltou a importância da globalização a respeito do tema. “A
internacionalização é que dá força a esse processo, porque representa a memória
do nosso patrimônio histórico, cultural e artístico. Sempre que viajo para o
exterior ouço elogios à iniciativa do IBICT de preservação digital. Isso
promove não somente a instituição, mas o Brasil também”, destacou Suaiden.
O coordenador da Rede Cariniana, Miguel Arellano, moderador das
palestras técnicas, acredita que o evento teve muitos pontos positivos porque
permitiu acesso a novas informações. “A minha impressão foi que o IBICT
conseguiu, com a realização desse evento, repassar algo novo, além de
consolidar novas parcerias. O nosso objetivo foi oferecer esse serviço com
qualidade e propiciar a preservação de periódicos eletrônicos, de repositórios
e cursos de capacitação na área de preservação digital”, explicou Arellano.
Fonte: IBICT.
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