Um
tribunal de Moscou negou-se nesta quinta-feira a devolver aos Estados Unidos
uma coleção de livros sagrados judaicos exigida por Washington e considerou que
cabia aos Estados Unidos devolver à Rússia sete livros do mesmo conjunto
atualmente em seu poder.
O
tribunal decidiu impor aos Estados Unidos uma multa de 50.000 dólares diários
se continuar se negando a devolver os livros que faltam, depositados na
Biblioteca do Congresso em Washington.
Em
janeiro de 2013, a justiça americana também condenou a Rússia a multas de
50.000 dólares diários enquanto não devolvesse o conjunto da coleção ao
movimento religioso judeu hassídico Habad-Lubavitch, baseado em Nova York, que
o reivindica.
Os
sete livros exigidos por Moscou foram emprestados temporariamente em 1994 à
comunidade nova-iorquina, mas esta se negou a devolvê-los em 2000.
A
coleção conta com 12.000 livros e 50.000 documentos, incluindo mais de 280
manuscritos. Pertenceu em outra época ao rabino Joseph Isaac Schneersohn, do
povoado de Liubavitchi (região de Smolensk, no oeste da Rússia), um dos centros
do movimento religioso judaico hassídico, expulso da URSS nos anos 1920.
Os
representantes do Habad-Lubavitch se consideram "herdeiros legítimos"
de Joseph Isaac Schneersohn, que emigrou aos Estados Unidos em 1940.
Parte
da coleção foi nacionalizada na era soviética e depositada na Biblioteca do
Estado russo.
Outra
parte havia sido levada por Schneersohn à Polônia, onde foi apropriada pelos
nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. As tropas soviéticas levaram estes
livros à Rússia após a queda do nazismo.
Em
junho de 2013, o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu transferir a coleção
ao Museu judaico construído em Moscou, um dos maiores do mundo, onde podem ser
consultados pelo público em uma sala de leitura.
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