Quantas vezes durante uma aula entediante tudo o que você mais quis era
estar na sua cama dormindo? Talvez o problema estivesse na metodologia de
ensino. Pelo menos é o que defende um novo estudo de pesquisadores norte-americanos.
A análise revela que universitários submetidos a aulas tradicionais, em
formato de palestras, são mais propensos à reprovação do que alunos em contato
com métodos de aprendizado mais ativos e estimulantes.
"As universidades foram fundadas na Europa Ocidental em 1050 e
aulas tradicionais tem sido a forma predominante de ensino desde
então", diz o biólogo Scott Freeman, da Universidade de Washington.
Ele e um grupo de colegas analisaram 225 estudos sobre métodos de ensino.
Os resultados foram publicados nesta quarta-feira, 12, na Proceedings of
the National Academy of Sciences, e mostram que abordagens de ensino que
transformam os alunos em participantes ativos, em vez de apenas ouvintes,
reduzem taxas de reprovação e impulsionam notas em cerca de 6%.
"A mudança nas taxas de insucesso é enorme", diz Freeman. Para
Eric Mazur, físico da Universidade de Harvard, que fez campanha contra aulas
tradicionais por 27 anos, esse é "realmente um artigo importante".
"A impressão que tenho é que é quase antiético dar palestras, se você tem
esses dados", avalia.
Freeman diz que ele começou a usar as novas técnicas, mesmo com turmas
grandes. Segundo a Science, embora ainda utilize slides do Power Point,
apresenta apenas perguntas e interage com os alunos, inclusive chamando de
forma aleatória. "Meu curso de biologia
introdutório ganhou 700 alunos", afirma.
Fonte: Revista Galileu.
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