Apenas 2% da população brasileira se considera muito bem
informada sobre questões ambientais. É o que afirma o professor Lucivaldo
Barros, do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os
dados são de uma pesquisa de opinião pública realizada pelo Ministério do Meio
Ambiente, em parceria com o Instituto Social do Ensino da Religião, publicado
em 2012.
A carência de informações sobre o tema e as demandas do novo perfil do
bibliotecário foram alguns dos fatores que influenciaram na implantação da
disciplina optativa “Informação Ambiental”, atualmente ministrada
pelo professor Lucivaldo Barros. A disciplina compõe o novo currículo acadêmico
do curso e foi ministrada, pela primeira vez, no semestre passado.
Com doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade
de Brasília (UnB), o professor buscou unir suas duas formações no conteúdo da
disciplina e conta o desafio de ver sua tese aplicada na prática. “Por que eu
estudei tanto? Agora, eu quero ver se realmente funciona. Como é que a gente
pode promover o direito de acesso à informação ambiental?”.
“Vivemos na Região Amazônica e, às vezes, desconhecemos o nosso potencial em
relação à biodiversidade, não só aqui, mas também em relação à informação
ambiental no país. Às vezes, não valorizamos o que temos por falta de
informação”, avalia o professor.
Entre as atividades propostas pela disciplina, incluem-se algumas
atividades realizadas fora da sala de aula, as quais vêm chamando a atenção da
comunidade universitária. Para o professor Lucivaldo Barros, essa “é uma forma
de sair das quatro paredes e tentar mobilizar as pessoas”.
ATIVIDADES
ATIVIDADES
A primeira atividade reuniu os discentes da disciplina na Capela
Ecumênica da UFPA, para a dinâmica intitulada “Cadeia Ecológica”. O professor
trabalhou com palavras-chave escolhidas pelos próprios alunos a partir dos
estudos realizados nas aulas anteriores.
A partir de um conceito da Biologia, a atividade uniu as duas áreas do
conhecimento, uma vez que a escolha de palavras-chave é importante ao trabalho
do bibliotecário. Segundo ele, “quando você envolve a questão ambiental, tem a
possibilidade de perpassar qualquer outra ciência e envolver qualquer
profissional. Ela acaba sendo um viés transversal”.
A última atividade extraclasse levou 36 alunos da disciplina ao Sítio
“Toka da Nascente”, localizado no município de Tracuateua, em Vila Fátima,
cerca de 190 km de Belém. A programação começou ainda durante a viagem, quando
alunos apresentavam pontos importantes no decorrer do trajeto.
Na chegada, os estudantes puderam ter acesso ao inventário florístico do
sítio e assistiram a uma apresentação de capoeira de um grupo de crianças do
Programa “Mais educação”, de uma escola municipal de Capanema (PA).
Também foram abordados temas sobre as Comunidades Quilombolas de
Tracuateua e, além disso, conheceram as atividades do distrito de Vila Fátima.
As ações realizadas no sítio foram registradas em vídeo e serão apresentadas
aos calouros do curso de Biblioteconomia.
Tayná Ribeiro, aluna do 6º semestre do curso de Biblioteconomia da UFPA,
conta que escolheu participar da disciplina movida pela inovação do tema.
“Fiquei curiosa em descobrir como o bibliotecário seria inserido nessa
discussão sobre o meio ambiente”, relembra. Ela avalia positivamente as
atividades propostas pela disciplina e afirma: “é a oportunidade que temos de
vivenciar toda a teoria que recebemos durante as aulas. É o momento em que
iremos realizar atividades concretas acerca do conteúdo ministrado”.
Fonte: Diário do Pará.
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